sábado, junho 13, 2009


Renasço...

Olho-me e vejo. Vejo-o. Aceito agora a minha natureza e consigo lidar com isso muito mais dentro do meu ser. Eu sou o demónio... e ele não é uma parte proscrita de mim. Muito pelo contrário. Admiro-o e quero ser cada vez mais ele. Reconheço em mim todas as fraquezas que dele não são parte constituinte. Quero ser algo diferente de humano. Quero ser frio, racional de forma absoluta. Quero ser imune aos sentimentos, às emoções, aos medos, aos desejos, à incontestável incerteza do ser... a incerteza de não alcançar o apogeu. Mas ainda não sou ele totalmente. Oh mas porquê? Apenas queria não querer, apenas ser, apenas reflectir, ser apenas a essência absoluta. Ser Deus, sem ser o Deus de ninguém. Sê-lo em solidão. Não ter que comungar com outros.

Odeio a condição humana com cada fibra do meu ser! Não! Odeio apenas o facto de o ser! Humano... fraco, subtil, quente, inconstante, apaixonado. Mas até atingir tal estado de graça que se sobrepõe à minha humanidade, continuo a aprender a "viver" no mundo dos outros... deles...

Adaptatibilidade! É essa a qualidade que garante a minha sobrevivência. Adapto-me e mesclo-me na superficialidade. Consigo até sentir o prazer disso... pobre do meu ser que se confunde! Tenho mais fantasmas que nunca e no entanto mantenho-os presos a trelas, curtas, olhando para o outro lado ignoro os meus medos, sem que consiga deixar de os saber lá e de os respeitar... porque sei que sou frágil e num ápice posso ser tomado por eles e (re)cair numa expiral de loucura abismal! …a dor de ser…